terça-feira, janeiro 26, 2016

Eu e o Futre: Visionários

Enquanto assistia hoje a uns escassos minutos de telejornal, no interregno entre o final do jantar e a dose de desenhos animados que antecede a ida da criançada para a caminha, percebi que eu e o Futre temos algo em comum: somos ambos visionários, pessoas à frente do seu tempo (no caso do Futre, uns anos, no meu caso, uns dias). A primeira parte desta constatação tem a ver com uma notícia relacionada com futebol, mais concretamente com uma suposta compra de direitos sobre não-sei-bem-o-quê na segunda liga (têm de me dar um desconto, que o grau de atenção durante um jantar com duas crianças aos berros, e dois adultos aos berros com eles, é naturalmente limitado). Ao que parece, esta compra foi feita por uma multinacional chinesa, e envolve a "obrigatoriedade" de uma espécie de número mínimo de jogadores chineses na liga, bem como de elementos de equipas técnicas. E o porquê de o Futre ser visionário? Quem não se recorda da sua célebre conferência de imprensa, em que divulgou a sua estratégia enquanto diretor desportivo do Sporting: trazer "charters" de chineses para ver o jogador +1 da sua equipa, o chinês? Na altura, apelidaram-no de louco, alucinado e outras coisas piores. Afinal de contas... um visionário, vos digo eu! E eu? De que forma me relaciono com esta história dos chineses na segunda liga, ou na visão de Paulo Futre? De forma nenhuma. O meu título de visionário prende-se com uma outra notícia que relatava uma iniciativa da autarquia de Portimão, de permitir a "adoção" de rotundas. Por adoção leia-se permitir a alguém a concessão de uma rotunda, com as responsabilidades inerentes de a tratar bem e estimar, ainda que com um grande grau de liberdade para fazer nela o que muito bem entender. A minha visão, relativa a esta notícia? Bem, essa aconteceu há escassos dias, quando ainda ninguém falava nisto, e resolvi decorar uma rotunda aqui bem perto de casa, ao meu gosto, enfiando o meu carro por ela adentro. Ainda hoje são visíveis os regos traçados pelos pneus que a lavraram, as pedras que saltaram para o lado de fora, na estrada, e o sinal vertical que deixou de o ser. E agora, estou ou não à frente do meu próprio tempo? Eu... e o Futre. Visionários!

2 comentários:

mãe disse...

Só mesmo tu para ainda conseguires fazer humor com uma situação destas.
Ainda bem.
Beijinho da mãe

Marco disse...

mãe: ... é o melhor remédio!