quarta-feira, junho 03, 2015

Escrita em Dia

Cinco meses depois desde o meu último post, com alguma dificuldade ganhei ânimo suficiente para escrever de novo. Muita coisa aconteceu desde então, e sobretudo os dois últimos meses não foram muito fáceis de gerir psicologicamente. Posso começar por relatar que mudei de emprego. No entanto, em vez de fazer o que tinha dito a mim próprio que iria fazer, que era arranjar algo que me permitisse ter mais tempo livre para estar com os miúdos e fazer coisas por mim e para mim, arranjei mais sarna para me coçar. Nos dias que correm é impensável para mim sair antes das 19h30, e considerando que levo pelo menos uma hora no trajeto, raramente chego a casa antes das 20h30/21h00. Além disso avizinha-se a probabilidade de viajar para países como o Azerbaijão e Angola... Portanto, um tiro certeiro em termos financeiros, mas um tiro ao lado em termos de qualidade de vida. Isto para não falar na ginástica mental que tenho feito para ultrapassar o mês que antecedeu a minha mudança, no que diz respeito às opiniões negativas das pessoas com quem falava sobre esta minha mudança. Quando se ouve 9 em cada 10 pessoas dizer-nos que estamos a fazer asneira, quer se queira quer não, água mole em pedra dura tanto bate até que fura. O resultado foi que em vez de começar a nova etapa com o espírito em alta, comecei de pé atrás, o que não ajudou em nada. Mais ou menos ultrapassado este choque térmico inicial, outros fatores houve que contribuiram para o meu invulgarmente fraco estado de espírito. Há cerca de um mês estive envolvido em mais um acidente de mota (apenas 6 meses após o anterior), com um carro cheio de ciganos que não parou num cruzamento, e depois de me fazer "ir ao tapete" se colocou em fuga. Se alguém vir um Fiat Punto cinzento de matrícula 11-65-IM, podem atirar-lhe uma pedra da calçada e digam que vão da minha parte. Tenho matrícula, tenho testemunhas, tenho auto da polícia, tenho tudo... o outro carro é que aparentemente não terá seguro válido. Considerando uma reparação orçamentada em 4.600,00 eur. é mais uma dor de cabeça para resolver sem fim à vista. Como se não bastasse, no dia que se seguiu ao acidente de mota, logo pela fresquinha, tive um acidente de carro com uma jovem estudante que resolveu enfiar o seu Mercedes na traseira da minha carrinha. Nada de muito grave, e esse ainda assim resolveu-se com relativa facilidade. Aliás, é das poucas coisas que resolvi nos últimos tempos. Para terminar e não me alongar mais no choradinho, hoje fui ao médico porque desde o acidente de mota fiquei com dores no ombro esquerdo. O diagnóstico é uma "rotura da coifa dos rotadores", que é como quem diz "ombro lixado" e que me vai obrigar a fazer fisioterapia... Resta-me dar por feliz pela família e pelos amigos que tenho que têm sido fundamentais nos últimos tempos para a minha sanidade mental. É bem certo que as coisas podem sempre ser piores, por isso e apesar do meu tom negativo, o meu espírito já está um pouco mais animado que há um mês atrás. O que me leva à promessa de deixar de me queixar de uma vez por todas e seguir em frente, jogando com as cartas que me foram distribuídas. Até breve!

2 comentários:

Mãe disse...

Meu querido filhote, que preocupação tem sido a minha, diaria e constante com todos estes acontecimentos tão negativos, principalmente numa altura em que precisavas de paz de espirito. Dava qualquer coisa para te poder ajudar. Tantas vezes o disse, és sempre tão positivo, custa muito ver como estás e não conseguir nem ter forma de te dar um pouco de animo.
Mas as coisas vão melhorar, tenho a certeza, tu mereces.
Beijinho do tamanho do mundo, da mãe

ACCM disse...

Já se começava a sentir o efeito da ausência de textos para engrossarem o volume da praxe no teu aniversário... mesmo assim já houve anos piores!
Não há dúvida que em cinco meses muita coisa pode acontecer e tal como descreves nem tudo foi bom. Já lá dizem os Budistas que a "roda da vida" é mesmo assim: umas vezes o que está em baixo passa para cima e o que está em cima roda para baixo. Também os alcatruzes da nora umas vezes estão cheios outras vazios... O que conta no fim das voltas é a forma como consegues ultrapassar o que está no fundo através da força que tens dentro de ti e com que te impulsionas até lá acima. É certo que as descidas, dum modo geral, são vertiginosas enquanto as subidas são lentas, mas talvez seja essa a forma de passar pelo fundo mais rapidamente e de ascender ao cimo com mais calma e saboreando essa maior lentidão.
Beijinhos
Pai
http://www.vagalume.com.br/quadrilha/nem-mal-que-sempre-dure-nem-bem-que-nunca-se-acabe.html