Li hoje uma notícia que refere que o lançamento para o cinema do mais recente filme da Sony Pictures, “A Entrevista”, foi cancelado. O motivo do cancelamento prende-se com um conjunto de ameaças que surgiram da parte de um grupo de hackers autointitulado de “Guardiões da Paz”, devido ao fato de a trama do filme ser uma sátira em que se planeia o assassinato do líder da Coreia do Norte. Eu ainda sou do tempo em que as pessoas que fazem parte da chamada sociedade civilizada onde me incluo, tinham alguns tomates e nem sequer ligavam a este tipo de situação. Não sei precisar quantos filmes vi até hoje, que incluem referências satíricas aos chamados líderes terroristas de diferentes nações e religiões. Creio inclusivamente que quando os filmes de comédia absurda estavam na moda, raro devia ser o caso em que isto não sucedesse. E não me lembro de alguma vez isso ter tido qualquer tipo de repercussões. É bem certo que se os líderes terroristas de antigamente não ligavam a este tipo de situação, o caríssimo Kim Jong-Un pode não ser da mesma opinião. Ainda assim, lamentável é que, por se entender que por não ser da mesma opinião, se façam as coisas de maneira diferente. Ou será que antigamente só se fazia comédia com o aval dos visados? O Saddam deve ter-se fartado de passar autorizações às produtoras de cinema… O resultado final será que, tal como referido nas notícias que referem o cancelamento do filme, “A Entrevista” vai certamente cair nas malhas da net, espalhar-se de forma viral e provavelmente (e independentemente da qualidade) tornar-se um filme de culto. Eu pessoalmente tenciono ver, apesar do aviso de que irei sofrer um “amargo destino” se o fizer.
1 comentário:
Salman Rushdie: Foi condenado à morte pelo Aiatolá Ruhollah Khomeini no Irão, por ter escrito "Versículos Satãnicos, devido a este livro ter sido considerado ofensivo ao profeta Maomé. Não era uma comédia, mas o princípio era semelhante.
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