terça-feira, janeiro 25, 2011
Presidenciais 2011
Ouvi hoje a notícia do pedido de desculpas do ministro da administração interna, relativamente ao sucedido no passado dia 23 de Janeiro, no âmbito das eleições presidenciais de 2011. Ouvi também a oposição pedir a sua demissão em consequência desse facto. Demissão? Uma pêra bem assente era o que ele merecia! Não sabem do que estou a falar? Passo a explicar o que me aconteceu: em virtude de ter feito há cerca de um ano o cartão do cidadão, e como resultado de ter mudado de residência, fiquei sem saber o meu novo número de eleitor. Sim, porque o novo e muito mais avançado documento de identificação substitui tudo e mais um par de botas incluindo o cartão de eleitor... mas sem o número de eleitor constar em lado nenhum! Como tal, antes de sair de casa para votar, fui à net, mais especificamente ao portal do eleitor. Uma vez que este não estava disponível, fui ao portal do recenseamento. Este já estava disponível... até fazer uma pesquisa com os meus dados e obter o resultado: "service unavailable". Calculei que se enviasse uma SMS para saber o número de eleitor, provavelmente chegaria a tempo... das próximas presidenciais. Resolvi então sair de casa e ir à luta pelo meu direito ao voto. Fui ao primeiro local com mesas de voto que encontrei, e procurei alguma pista que me indicasse onde obter a informação sobre a mesa de voto onde me devia dirigir. Nada. Fui então ao local onde votava habitualmente para tentar saber mais informações. Como não constava nas listas de eleitores, mandaram-me para a junta de freguesia. Na junta de freguesia, mandaram-me ir "pregar para outra freguesia", leia-se ir à freguesia do meu local de residência. Na junta de freguesia (a certa) descobri que padeciam do mesmo problema que eu tinha tido em casa, isto é, o sistema informático a partir do qual obtinham os números de eleitor estava indisponível. Milagrosamente o sistema recuperou enquanto estava por lá, o que permitiu que um senhor simpático me fornecesse, não um cartão de eleitor, mas um "post-it" de eleitor, onde escreveu com caligrafia razoável o meu número, mesa e local de voto (que por acaso era o primeiro local onde tinha parado após sair de casa). Tenho agora atracado ao meu moderno cartão do cidadão, um "post-it" de eleitor, que certamente dará muito jeito nas próximas eleições. E viva a tecnologia (e a democracia)!
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5 comentários:
Ora bem...
As usual ... a tuga.. guardaste para o ultimo momento algo que... 3 dias antes em menos de 15 minutos sabias toda a informação ...
eu 3 dias antes recebi o sms e com um email da junta de freguesia da minha residência facilment descobri onde votar...
nunca se deve guardar para o ultimo momento... :)
e acima de tudo... nao se deve culpabilizar o estado de todas as pessoas decidirem... guardar para o ultimo momento aquilo que desde o momento em que se faz o cartão do cidadão é avisado ....
tu mesma: na qualidade de informático, devo dizer o seguinte: esforço de calcular o número de eleitores sem conhecimento do seu nº de eleitor = 0; esforço de calcular um valor médio de acessos aos portais de divulgação do nº de eleitor durante a véspera e dia de eleições = 0; esforço de dimensionar as infraestruturas para suportar os referidos acessos = 0; em suma, a maior ou menor antecipação na utilização de um serviço que (ainda que para alguns seja curriqueiro) ainda não chega a toda a população de um país envelhecido e em alguns casos ainda analfabeto, não é desculpa, sobretudo quando o modelo base está errado. Responsabilidades nesta "novela", não são certamente dos eleitores.
A teoria por detrás disto é que na mesa de voto eles deveriam ter um leitor de cartões e automagicamente registavam a nossa presença. Mas como o governo está a reduzir o défice (...) ainda andas com as belas folhas de papel.
Eu também não tinha o número mas tive mais sorte. Onde eu vivo mesa de voto é só uma e como estou na freguesia à pouco tempo foi só consultar a lista a partir do fim...
E mesmo assim não desististes e votastes! Isso é que é um homem a sério!... se eu tivesse de dar essas voltas todas não sei se não acaba por fazer parte da percentagem que não votou.
luis: pois... quando no final disto tudo cheguei à mesa de voto e o gajo ainda me pergunta o número de eleitor depois de lhe passar o cartão do cidadão para as unhacas, só me apeteceu enfiar-lhe o post-it pela goela abaixo!
carla: infelizmente essa percentagem foi a mais alta de sempre.
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