Precisamente há 5 anos atrás começou uma das maiores e mais emocionantes viagens da minha vida. As viagens que fazemos não são simplesmente as deslocações físicas e o espaço que percorremos, mas também o caminho que seguimos para nos transformarmos naquilo que somos (e que seremos um dia). Se havia um caminho certo a escolher nesse cruzamento que alcancei há 5 anos atrás, então foi sem dúvida aquele que escolhi. Desde então tenho caminhado e percorrido alguns quilómetros, fazendo escolhas noutros tantos cruzamentos, mas o solo que piso é suave e percorro-o acompanhado. As (poucas) dúvidas e as (algumas) adversidades que surgiram durante o trajecto foram sempre facilmente transpostas e ultrapassadas, sempre com olhares mútuos de confiança que já tão bem conhecemos e entendemos, e com os nossos braços sempre prontos a apoiar quem caminha ao nosso lado. Costumo dizer em tom de brincadeira que um ano desta caminhada corresponde a 10 ou 15 anos. Quem me ouve nestas alturas ri-se (como com tantas outras parvoíces que digo), mas não percebe que neste caso até digo a verdade. Esta correspondência não se deve a enfado ou monotonia relativamente à viagem, mas sim à variedade das paisagens que nos servem de pano de fundo, à diversidade dos trajectos percorridos, às diferentes texturas do solo pisado, ao descobrir de um pequeno pormenor a cada metro... a cada segundo, ao prazer de fazer uma caminhada acompanhado. Esta correspondência deve-se à intensidade da viagem em si. Só desejo ter as forças para continuar a caminhar por muitos anos... para continuar a amparar quem caminha comigo... para seguir o meu percurso, que é o nosso, com a mesma intensidade com que dei o primeiro passo há 5 anos atrás, e que ficou gravado no solo como se de um fóssil se tratasse. Se me estás a ler, quero que saibas que não tenciono desistir e tudo farei para que nunca desistas também. E lembra-te que as curvas e as montanhas que vão surgindo no horizonte podem apenas estar a esconder uma paisagem ainda melhor. Sempre que quisermos podemos parar, sentar, olhar à nossa volta, apreciar o que vemos, apreciar um ao outro... Por isso quando caminhares dá passadas fortes e confiantes, para que comigo deixes marcas ao longo do meu caminho... que é o teu... que é o nosso.
Finalmente o governo assumiu uma das coisas que mais ou menos encapotadamente tem andado a fazer nos últimos tempos. Uma daquelas que toda a gente vê, mas que até hoje ainda nenhum representante tinha chamado pelo nome: a ministra da educação vai ao parlamento explicar a proposta do governo para acabar com... as reprovações dos alunos no ensino obrigatório. Que isto já está a acontecer na prática, toda a gente sabe, mas que tal pode ser (e será) oficialmente admitido e assumido em público, é mais uma mostra do descalabro a que chegámos. Graças a Deus... perdão... Sócrates, que já existe o Magalhães, essa gloriosa "invenção portuguesa" (para quem não conhece, é um portátil baseado no já existente Classmate da Intel - e assemblado por cá). Mas se não fosse esta mesma gloriosa "invenção nacional", e tendo em conta que tendencialmente os homens e mulheres de amanhã serão desprovidos de todo e qualquer tipo de conhecimento, cultura e capacidade de raciocínio (o que já se nota hoje em dia, e bastante), Portugal poderia estar em risco. Assim, antecipo que a tal proposta para acabar com os chumbos seja deixar de leccionar matéria nas aulas. Assim os professores poderão dedicar-se apenas a, durante os 9 anos do ensino obrigatório, ensinar os alunos a pesquisar no Google. Se após algum tempo desta proposta entrar em vigor se perceber que ainda assim os 9 anos são pouco para o efeito, proponho que se alargue o ensino obrigatório até ao 12º ano. Para já aquilo que se vê é a rápida disseminação destes computadores de baixo custo. Um dia destes quem sabe sejam a custo zero. Assim sendo, e tal como diz um amigo meu: "à borla até pontapés na cabeça"!
Medo, muito medo. Aquilo que eu pensava ser uma belíssima tirada de humor entre colegas da EDP (ver post anterior), está a transformar-se no início de uma guerra sem precedentes. Temo que o meu prédio possa vir a transformar-se numa batalha campal... numa espécie de Norte e Sul urbano (penso que a fronteira deve andar pelo 2º ou 3º andar, não tenho bem a certeza). Afinal o que parecia simples, não o é, e tenho até receio pelo facto de ter escrito o post anterior, correndo o risco de alguém já o ter lido. Temo ser um alvo neste preciso momento, de um qualquer "sniper" pronto a abater-me assim que chegar a casa. Então não é que o meu vizinho do 4º andar resolveu, como diz o povo, "tomar as dores" do funcionário da EDP e partir em sua defesa? Aqui fica um testemunho daquilo que pode ser o princípio do fim. Para quem não conseguir perceber pela imagem, deixo a legenda: "Não há estúpidos, há gente pouco inteligente ou «iogurtes»" (penso que quisesse dizer «ignorantes»). Por fim o autor desta missiva atira mais uma afirmação sarcástica: "No 4ºE há contador. Aqui quem é que será estúpido?", assim como quem dá uma bofetada no seu adversário, residente no 1º andar. Começo a temer pela minha segurança, ainda para mais porque hoje é o dia em que o funcionário vai passar pelo prédio para recolher a informação solicitada, e eu não deixei a contagem na porta. Se nos próximos dias não escrever, podem por favor enviar a polícia à minha procura...
"Tu és muito estúpido", foi a frase hilariante com que praticamente me escangalhei (gosto muito deste termo, "escangalhar") a rir quando cheguei a casa na sexta-feira e vi o aviso que um funcionário da EDP tinha deixado colado na porta do prédio. A frase não era da autoria do referido funcionário nem fazia parte do texto do aviso, que pedia encarecidamente aos moradores do prédio que deixassem um papel nas respectivas portas com a os valores dos contadores. A frase era sim, do meu vizinho Chico (toda a gente devia ter um vizinho Chico como o que eu tenho), que sendo também funcionário da EDP escreveu no aviso uma pequena missiva ao colega, dizendo (para quem não conseguir ler através da imagem) o seguinte: "Tu és muito estúpido, pois os contadores da electricidade estão na escada (do prédio)". Por fim indicou o seu número de funcionário e assinou o documento. G'anda pinta, é só o que me ocorre dizer. Chico: estás lá! Colega do Chico: um grando "buuuu" para ti! Aposto que fizeste esta esperteza no bairro inteiro, não foi, meu g'anda totó?
Fui hoje praticamente achincalhado quando me provaram que existia uma série cujo nome era algo semelhante ao que apresento no título deste post. Parecia-me ridícula a expectativa de que eu me lembrasse de uma série com extraterrestres-humanóides-lagartos passada em meados dos anos 80... aliás, parecia-me ridículo que existesse tal série televisiva. Afinal parece que sim, apesar de não se chamar "V de Lagarto", mas sim "V - A Batalha Final". Para quem tem um cérebro como o meu, cuja capacidade de auto preservação bloqueia este tipo de informação, aqui fica um lembrete sobre este assunto. Ah, e já agora, o meu wallpaper actual é uma fotografia de um destes extraterrestres-humanóides-lagartos, cuja cara hesita assumir-se como humano ou como lagarto.
Se há coisa que dá gozo depois de feita, mas que custa muito a fazer, são as obras em casa. E custa muito mais quando somos nós próprios a levá-las a cabo. E custa ainda muito mais quando o tempo que dispomos para o fazer se resume a poucas horas por dia, depois do trabalho. É o meu caso. Ando nas últimas duas semanas a remodelar parte da minha casa a um ritmo de conta gotas. Ele é chegar a casa e deslocar móveis, retocar estuque, pintar paredes... depois jantar qualquer coisa... seguido de deslocar móveis, retocar estuque, pintar paredes. O pior é que nem se vê a luz ao fundo do túnel! Quer dizer... já faltou mais, mas isto é uma espécie de maratona: o que custa mais são os últimos metros (neste caso, os últimos metros correspondem aos acabamentos). Mas o que interessa é que até está a ficar bonito, o que me dá grande satisfação, porque já sei que se algum dia as minhas oportunidades profissionais no mundo da tecnologia se desvanecerem, posso sempre ter uma solução de recurso. Aceitam-se propostas de trabalho!
Confesso que nos últimos tempos tenho andado com alguma preguicite aguda relativamente ao que considero a minha actividade regular de "blogger". Tenciono quebrar esta onda de marasmo que insiste invadir-me nos últimos tempos, e regressar ao que era. Julgo que este negativismo que nos tem rodeado a todos, talvez estivesse a levar-me a melhor. Mas enquanto hoje assisti ao que chamo carinhosamente de a notícia do "fim do mundo em cuecas", ao chegar a casa após um dia inteiro de formação que me impediu de ter conhecimento em primeira mão da crise que se abateu sobre o mundo financeiro (no qual ainda por cima me encontro agora inserido), e após pensar um pouco sobre o assunto, forcei-me a mudar um pouco o meu estado de espírito em relação a esta matéria. Concretamente, em relação à problemática que foi levantada, parece-me no mínimo ridícula a forma da mesma. Um dos cenários apocalípticos foi-me apresentado por um jornalista histérico, a falar em hipóteses cataclísmicas em que os portugueses amanhã de manhã iriam todos a correr aos bancos, levantar o seu dinheiro (afundando assim toda e qualquer instituição financeira). Em primeiro lugar, gostava de saber... para quê alguém faria isto? Qual o objectivo ou vantagem? Será que a grande depressão já foi assim há tanto tempo que ninguém se lembra? Em segundo lugar e tendo em conta o endividamento geral em que os portugueses vivem, iriam levantar... o quê? Eu particularmente posso levantar uma dívida de alguns milhares de euros... e o caro leitor, tem mais para levantar do que aquilo que deve? Agora que até já é um pouco tarde forço-me a assistir ao "Prós e Contras" na esperança (que cada vez se mostra mais vã), de obter mais alguma informação útil. Basicamente a opinião geral destes "experts" é tão boa como a minha ou de outra pessoa qualquer. Existem dúvidas, não se sabe como os mercados (e as pessoas) vão reagir, e é opinião geral de que é necessário evitar pânico desnecessário. Para mim o pânico é sempre isso mesmo: desnecessário. Tenho até para mim que ninguém até hoje "panicou" por necessidade alguma. Como tal e dada esta crise instalada tenho a dizer-vos o que vou fazer amanhã: vou levantar-me pelas 7h e picos, tomar banho, e vou trabalhar. Ao fim do dia serei até capaz de vir para casa, jantar e dormir. E assim farei dia após dia, até que o fim do mundo chegue mesmo (esperando não estar em cuecas). Aí então, e quando não restar outra solução, sou capaz de migrar para qualquer lado e começar a criar galinhas e leitões para sobreviver, qual eremita no meio do mato, recorrendo a truques dignos do Tom Hanks em "O Náufrago" para me conseguir alimentar, e aos meus. Ah, é verdade... já pensaram que eventos como a queda de edifícios com milhares de pessoas, o alagamento de cidades inteiras, mal construídas, devido a cheias, ou tsunamis que engolem a costa de países, podem ser uma forma muito mais surpreendente do mundo acabar? Quem me conhece (e entende) percebe que não estou a escrever com negativismo: estou a escrever porque estou a "pensar", e recomendo que todos façam o mesmo.