Quanto à alusão ao Cristiano Ronaldo do PM, as críticas assumiram alarvidades como defender que o atleta não podia ser dado como exemplo, uma vez que este defende regimes ditatoriais (alusão à sua recente viagem aos Estados Unidos numa comitiva da Arábia Saudita). No caso do ministro da saúde, a afirmação foi de imediato vista como altamente discriminatória e até racista, insinuando que eram os utentes que deteriorava os serviços em questão. Independentemente de o conteúdo real poder ele próprio ser naturalmente alvo de críticas (os guerreiros do teclado e os especialistas de coisas não discriminam), em nenhum dos casos houve o cuidado de uma leitura mais direta, simples e contextualizada das palavras de quem as proferiu, nomeadamente um incentivo e motivação ao alto rendimento (ao estilo de atletas de alta competição como o é o CR7) ou uma autocrítica ao modelo de gestão do SNS que privilegia pouco o investimento em serviços públicos usados por classes mais baixas.
Não faço esta leitura por ser particularmente admirador ou defensor do primeiro-ministro ou do ministro da saúde. Na realidade dá-me igual serem estes ou outros os intervenientes, servem apenas como um exemplo de um sintoma, que revela que a sociedade dos dias de hoje prefere o negativo ao positivo, a crítica destrutiva à construtiva, a antipatia à empatia, o ódio ao amor. E é por isso que, de algum forma, estamos todos condenados enquanto não descobrirmos uma forma de evoluir enquanto sociedade. Porque o caminho que estamos a seguir, não nos leva a bom porto.

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