quinta-feira, outubro 03, 2019

Passeio pela Serra da Freita - Dia 2, Parte I


A Casa da Leira Pereira, localizada no meio do nada, foi para mim a forma ideal de conseguir uma noite de sono descansado como há muito não tinha. Pouco ou nada se ouviu durante a noite, pelo que acordámos todos bem repousados e cheios de vontade de nos fazermos à estrada, que prometia mais e melhores paisagens e envolvente.


O Sr. Armando tinha deixado o pão à nossa porta, conforme prometido, pelo que preparámos o nosso pequeno almoço enquanto deixávamos o ar fresco entrar pela típica casa de pedra que nos albergou, misturado com o cheiro intenso das uvas morangueiras.



Enquanto tomávamos um café na rua começou a dar-se uma agitação bovina nas redondezas, quando de repente começaram a aparecer vacas vindas de todo o lado, para os respetivos currais. Um deles era mesmo ali ao lado da nossa casa, sendo que fomos convidados a espreitar um bezerro que timidamente se escondeu e não se deixou fotografar...


Já que estamos no tema das bestas de carga, era tempo de albardar as burras e retomar a nossa viagem. O primeiro destino, depois de deixarmos aquela tranquila aldeia no meio do nada, foi fazer novamente o caminho que tínhamos percorrido na noite anterior, através da serra, mas desta vez com direito a ver a paisagem à luz do dia. O nosso primeiro destino seria a Frecha da Mizarela. A Frecha da Mizarela é a maior cascata de água em Portugal, com uma altura de 60 metros. Toda aquela região em redor é conhecida por amantes de canyoning e outros "ings" (desta vez não relacionados com motociclismo) que agora não me ocorrem.



A vista cá de cima era simplesmente espetacular...



... mas não resistimos ir até lá abaixo através de uma estrada estreita e retorcida que desembocava numa aldeia abandonada mesmo junto ao rio.




Tirámos um par de fotos, respirámos fundo, voltámos até à estrada principal e seguimos o nosso caminho, desta vez em direção a Arouca. Chegados a Arouca, seguimos em direção a Alvarenga, onde parámos num restaurante simpático e bebemos apenas um café, apesar de ser já quase horas de almoçar. Decidimos fazer mais uns kms antes de encher o bandulho. Pouco depois começaríamos a ter alguns imprevistos e a cometer alguns erros...


Percorremos a N225 até Parada de Ester, e seguimos rumo a sul, até Nodar. Quando já estávamos bem embrenhados no meio do nada, algures entre Sequeiros e Covas do Rio, ao desfazer uma curva apertada... furei. Encostámos todos, respirámos o ar puro e arregaçámos as mangas. Era altura de sacar do kit anti furos.



Ao observar o pneu fiquei algo preocupado, porque era mais um rasgo que um furo, e temi que fosse de difícil reparação... mais preocupado fiquei quando reparei que não tinha apenas um furo, mas sim três. Gastei os tacos todos que vinham no kit do Diogo, assim como as botijas de CO2 que o acompanhavam.


O pneu ficou com pressão suficiente para rolar e aparentemente os furos tinham ficado bem vedados. Já com o problema resolvido, passou por ali na direção oposta à nossa uma comitiva de "ferros" que pararam e perguntaram se estava tudo OK. "V" para todos, obrigado, e seguimos caminho.



Estava eu a pensar que agora era melhor ir com calma, já que o pneu levava 4 tacos enfiados (2 deles num único furo) e a pressão a meio gás, quando a estrada que se nos apresenta à frente era em terra batida com quantidades consideráveis de cascalho e inclinações de meter respeito. Os meus genitais reduziram ligeiramente de tamanho, enquanto percorria aqueles kms e rezava para que na curva seguinte voltasse a surgir o alcatrão, coisa que tardava a acontecer... Só em Janarde voltámos finalmente a ver alcatrão.

1 comentário:

mãe disse...

Uma viagem um pouco atribulada. Mas como sempre o teu optimismo vence tudo. E também a boa camaradagem e amizade das boas pessoas que te acompanham nessas aventuras,ajudam a ultrapassar e até mais tarde a recordar com uma certa nostalgia.
Beijinho
Mãe