De vez em quando gosto de me presentear a mim próprio a meio do dia, nem que seja com um simples almoço "chill out". Então lá vou a um lugar qualquer à minha escolha, simplesmente desfrutar da paisagem e da comida. Hoje foi um desses dias, e como um dos privilégios de trabalhar na zona de Alcântara é estar a poucos minutos a pé das docas (entre muitos outros locais que tenho aproveitado para visitar), foi este o destino escolhido. Enquanto esperava pela minha pizza Siracusa e beberricava a minha Stout, tive a oportunidade de assistir a uma cena circense de um par de velhotes que chegou naquele momento à doca. Objetivo: atracar uma pequena embarcação no cais. Algo que poderia ser simples, mas não o foi. Na primeira tentativa de aproximação (e não obstante os gritos do velhote nº2 que se encontrava na popa) o velhote nº1 embateu violentamente no cais tendo sido obrigado a reposicionar-se para tentar nova manobra. Na segunda vez, e já com menos velocidade, conseguiu não embater de novo contra o cais. Desta feita foi contra a embarcação que estava ao lado. Como se diz na gíria militar, era tempo de voltar à primeira forma, pelo que resolveu sair da doca e voltar a tentar. Embateu de novo contra um cais onde se encontrava outra embarcação. Nisto o velhote nº2 já tentava auxiliar da forma que podia, lutando desesperadamente para afastar a embarcação de todos os alvos a que o velhote nº1 fazia pontaria, com um varão metálico, sem sucesso. Finalmente e passados cerca de 15 minutos, lá conseguiram atracar no respetivo cais, não sem antes evitar um forte embate da proa do navio, onde ficou uma amolgadela para a posteridade. Dei por mim a rir-me daqueles dois senhores que tentavam desesperadamente atracar o Ricardo III (pomposo nome para tão pequena embarcação), acabando por rir mais de mim próprio, que nesta quinta-feira estava a desfrutar de breves momentos de descontração a meio de um dia de trabalho, enquanto que aqueles dois de quem instantes antes me ria chegavam provavelmente de uma bela pescaria, num dia maravilhoso, com um tom de pele que evidenciava tratar-se de algo que fazem frequentemente. Como dizia o Scolari... acho que o burro sou eu.
1 comentário:
Cada pessoa tem os seus próprios problemas.
As dificuldades variam e depende da valorização que lhes damos.
O objectivo é que é importante ser concretizado.
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