O formigueiro na ponta dos dedos trouxe-me aqui outra vez. Passado cerca de um mês e meio da minha mais recente mudança radical de vida, em que passei a ser pai de irmãos em vez de pai de filho único, aqui estou eu de novo a escrever. E o curioso é que o faço precisamente numa altura em que tudo parece estar a meu favor, menos o tempo. Não falo do tempo que todos se queixam, o das condições climáticas, mas sim o tempo que passa, não volta, e parece sempre curto. Gostava de ter mais tempo para fazer tanta coisa que gosto com quem gosto, e acabo por constatar o óbvio: não consigo. Por melhor que tente gerir o meu tempo e disponibilidade, nunca sinto que seja suficiente. Fica sempre algo, ou pior, alguém, para trás. Vou lutando para que assim não seja, mas o melhor que sinto alcançar é um equilíbrio frágil entre o que quero fazer e consigo fazer.
Aquilo de que me queixo não é um vago desejo de querer mais tempo para fazer "cenas", mas sim uma concreta vontade que tenho de passar mais tempo com os meus antigos, porque a cada dia que passa a noção de que um dia cada um deles deixará de cá estar angustia-me. Uma concreta vontade de passar mais tempo com os meus filhos, porque sei que é essa experiência que em última instância é determinante para que eu possa contribuir para que sejam quem quiserem ser, e que isso seja serem pessoas boas e boas pessoas. Uma concreta vontade de estar com quem amo, porque se o amor não é suficientemente motivador para que isso aconteça, então o que será? A verdade é que o dia-a-dia das pessoas da sociedade em que me insiro, é uma realidade "fazer A para chegar a B", ainda que não se desgoste de "fazer A" (como felizmente é o meu caso). O problema é que normalmente se gosta mais do "chegar a B".
Ocasionalmente cruzo-me com as palavras escritas ou ditas de alguém que realizou o que considero um verdadeiro "sonho". Alguém que tem no seu caminho o seu próprio destino. Alguém para quem "fazer A" equivale a "chegar a B", sem termos nem condições. Gostava de ser uma dessas pessoas. Para já, contento-me com os meus momentos de "chegar a B". Contento-me com as brincadeiras e boa disposição do Alex, com os sorrisos inesperados do Pedro, com a cumplicidade constante da Sofia, com o amor incondicional que sinto da/pela minha família e com os poucos e bons amigos que tenho a sorte de ter. Mas todos os dias continuo a puxar pela cabeça para descobrir como raio poderei alcançar o meu Nirvana... alguém me pode ajudar?
Aquilo de que me queixo não é um vago desejo de querer mais tempo para fazer "cenas", mas sim uma concreta vontade que tenho de passar mais tempo com os meus antigos, porque a cada dia que passa a noção de que um dia cada um deles deixará de cá estar angustia-me. Uma concreta vontade de passar mais tempo com os meus filhos, porque sei que é essa experiência que em última instância é determinante para que eu possa contribuir para que sejam quem quiserem ser, e que isso seja serem pessoas boas e boas pessoas. Uma concreta vontade de estar com quem amo, porque se o amor não é suficientemente motivador para que isso aconteça, então o que será? A verdade é que o dia-a-dia das pessoas da sociedade em que me insiro, é uma realidade "fazer A para chegar a B", ainda que não se desgoste de "fazer A" (como felizmente é o meu caso). O problema é que normalmente se gosta mais do "chegar a B".
Ocasionalmente cruzo-me com as palavras escritas ou ditas de alguém que realizou o que considero um verdadeiro "sonho". Alguém que tem no seu caminho o seu próprio destino. Alguém para quem "fazer A" equivale a "chegar a B", sem termos nem condições. Gostava de ser uma dessas pessoas. Para já, contento-me com os meus momentos de "chegar a B". Contento-me com as brincadeiras e boa disposição do Alex, com os sorrisos inesperados do Pedro, com a cumplicidade constante da Sofia, com o amor incondicional que sinto da/pela minha família e com os poucos e bons amigos que tenho a sorte de ter. Mas todos os dias continuo a puxar pela cabeça para descobrir como raio poderei alcançar o meu Nirvana... alguém me pode ajudar?
2 comentários:
Há quem faça "A" para chegar a "B" sem olhar à forma como percorre o necessário percurso, pelo que muitas vezes ficam muitas "vítimas" atropeladas pelo caminho, o que para essas pessoas não constitui qualquer problema, uma vez que o que conta é o seu objectivo sem que lhe assista o remorso pelos atropelos cometidos. Não é o teu caso! Já é uma vitória! A forma como te entregas e disponibilizas aos outros é outra vitória! Tu que até andas de bicicleta, saberás melhor que muitos outros que todos os percursos têm troços mais rápidos e outros mais lentos... o que é preciso é não desistir a meio e continuar sempre a perseguir o objectivo, levando-o a novos patamares, a novos desafios... Já dizia o Villaret que " a vida é um corridinho, core corre sem parar..." (http://youtu.be/BWeEiTtm1u4).
De qualquer modo, voltando ao "fazer A para chegar a B", circulou há uns anos atrás uma imagem de um gorila, sentado a um canto, dizendo "... E quando me vem uma forte vontade de trabalhar, sento-me a um canto e espero que passe...".
Toda a árvore tem um tronco principal que vai levando ao ponto mais alto, contudo vai tendo ramificações pelo caminho: se não existissem essas ramificações, não seria uma árvore, seria apenas um pau! São as ramificações que dão beleza à arvore...
Beijinhos
Pai
Correndo o risco de acharem que sou lamechas ou mesmo facciosa sempre que penso no SER HUMANO que ajudei a criar acho que fui e sou uma mulher com muita sorte e sinto um orgulho enorme por ser tua mãe.
Beijinhos
Mãe
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