Passado um mês recheado de férias e boa disposição, pela primeira vez na vida tenho contido a minha vontade de aqui escrever. Vinha cheio de ideias, temas, relatos para partilhar, que rapidamente foram delegados mentalmente para segundo plano, quando toda uma envolvente de notícias, comentários e conversas de café tentam levar a cabo a tarefa diária de me fazer sentir deprimido. Parece-me demasiado fácil, hoje em dia, uma pessoa entregar-se à ideia de que tudo é uma merda. O nosso trabalho é uma merda, a situação em que o país se encontra é uma merda. Os políticos são uma merda. Até o tipo que nos buzina na estrada é uma merda. Em suma, somos uma merda. Demasiado fácil... por isso recuso-me a fazê-lo. Tem sido uma luta constante, que às vezes passa por simplesmente virar costas a um tema. O racional de que debater ou pensar em demasia sobre algo que não conseguimos mudar, serve para nos fazer perceber a inutilidade desse exercício, e como tal permite-nos focar naquilo que realmente podemos e devemos mudar. Isto não significa que sejamos seres inertes e passivos em relação ao que nos rodeia, mas sim que devemos levar o tempo e esforço necessário a pensar no que realmente nos cabe a nós fazer. Naquilo que realmente nos compete. Para uns pode ser um exercício pessoal, para outros uma tarefa colectiva... não importa. Importa o "fazer", a "acção", o vencer da inércia. E como dizem algumas doutrinas, o ser humano faz o melhor que pode com os recursos que tem, ao mesmo tempo que tem a capacidade para se dotar dos recursos que necessita para fazer aquilo que quer. Aos meus amigos, que me conhecem e me percebem, deixo aqui um repto solidário porque imagino se revejam nas primeiras linhas deste post: não se entreguem. Não deixem que a o dia-a-dia no trabalho ou a conversa de café deprimente ou a comunicação social ou as enchentes de mensagens no facebook ou os emails que circulam em excesso de velocidade na Internet vos envenenem e sejam selectivos na informação que processam. Pensem na oportunidade de fazer um plano seja daquilo que for, para vos colocar fora dessa situação (ando a tentar fazer o meu; ainda não consegui; lá chegarei). Contem com a família, com os amigos para vos ajudarem nessa importante tarefa de planeamento. Oiçam as suas opiniões (as pessoas têm a tendência a aconselhar melhor os outros do que a si próprias). Uma vez mais... não se entreguem. A revolução começa dentro de nós!
1 comentário:
Deixa de ver as noticias...deixa de ir para a esplanada beber café e ouvir as ditas conversas...e continua a elaborar o teu plano...deste lado continuamos a fazer o mesmo!
Enviar um comentário