quinta-feira, março 24, 2011
Os Restantes Erros
Depois de comentar o erro de Sócrates, é difícil não comentar que no rescaldo do dia seguinte, tudo o resto também está errado. Temos um governo com um primeiro ministro demissionário, que apesar de não ter visto ainda a demissão aceite pelo presidente da república, se assume automaticamente como um governo em gestão. Temos um presidente da república que, devido à mui ocupada agenda - na qual tem de receber um cidadão brasileiro reformado da vida política e um membro da família real inglesa que nunca chegará a rei - só terá tempo para se manifestar sobre a demissão do governo para a semana que vem. Temos um governo em gestão, que ainda assim se reserva o direito de eventualmente e contra todos os árduos esforços que levou a cabo, poder requerer a intervenção do FMI. Temos o partido do governo, que ele próprio não teve coragem de apoiar o plano de estabilidade e crescimento apresentado pelo governo, mas que agora aponta o dedo a todos os outros como culpados pela crise política. Temos a nata da política da união europeia a dar palmadinhas nas costas ao Sócrates e a corroborar portanto que em Portugal habita uma corja de estúpidos e broncos que não percebem nada de política nem dos benefícios dos planos socialistas para o combate à crise. Temos uma oposição ao governo em gestão que, uma vez na posição de conseguir eventualmente chegar ao poder, avança com uma primeira medida de austeridade baseada no aumento de impostos (no mínimo original). Temos um líder do principal partido da oposição que mal sabe falar inglês (este foi só um aparte) e que esboça as suas ideias na publicação de um livro com umas sugestivas possíveis 365 medidas de combate à crise, ainda que segundo o próprio não concorde com algumas (???). Temos a ausência de um plano de estabilidade e crescimento alternativo, pela parte de quem se opôs ao plano que estava em cima da mesa. É neste tipo de aperto que penso em Deus, e rezo. Rezo muito. Meu Deus, por favor, manda um assassino profissional à terra para nos livrar de toda esta corja de bandidos e malfeitores, e coloca no poder um bronco qualquer desde que tenha tomates para fazer o que realmente é preciso fazer. Aliás, tomates não... colhões! Amén.
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