sábado, outubro 04, 2014

Conversas de Pais

Uma das caraterísticas de ser pai é que, se por um lado perdemos a nossa vida social, por outro ganhamos a do(s) nosso(s) filho(s). Hoje foi dia de aniversário de um amigo... do meu filho, que por acaso é filho de um amigo meu, o que melhora a coisa, já que a festa não foi exclusiva para a criançada. Que o digam as várias minis que emborquei e os croquetes, rissóis e chamuças que enfardei durante a tarde e noite. Ainda assim, se neste caso a festarola até foi boa, há sempre alguns aspetos incontornáveis que vão contra a minha essência. São esses aspetos as conversas de papás e mamãs. Sinceramente, e por muito que goste de ser pai (e achar que sou razoavelmente proficiente nesse papel), aborreço-me de morte quando faço uma pergunta tão simples como o nome de uma criança, e fico a saber tudo sobre ela desde a quantidade de vezes que faz cócó por dia até ao número máximo/mínimo de horas que é capaz de dormir. Esta última irrita-me solenemente, já que sou pai de dois que pura e simplesmente acham que dormir é uma cena que não lhes assiste. Tendo em conta este ponto sensível, fico logo com vontade de fazer bonecos de vudu dos pais em questão e espetá-los com cavilhas, mal chego a casa. Eu até percebo que a coisa tem um efeito catártico para os que se queixam das maleitas que os apoquentam, e gabarolas dos que acham que os filhos são os melhores do mundo em tudo o que fazem (mesmo que o que fazem com a idade que têm se resuma a comer, dormir, defecar e urinar - o cócó tem várias cores e tonalidades possíveis que contam uma história sobre a criança. e a urina é prova que a bexiga funciona bem, assim como os restantes órgãos internos). O que incomoda é que esse efeito catártico/gabarolas dependa de terceiros que, ou por falta de vontade de debater o tema nos mesmos termos, ou por falta de paciência para aturar pessoas que só sabem viver através dos outros, simplesmente não estão para aí virados (exemplo: eu). Restou-me esperar que a resposta à minha questão sobre o nome da criança terminasse ao fim de uns 20 minutos de monólogo, para educadamente me retirar e ir buscar outra mini fresquinha, na esperança de esquecer o pouco que ouvi da conversa.

sexta-feira, outubro 03, 2014

Mais um Banco em Risco!

Notícia de última hora: mais um banco em risco. Trata-se do BE... o Banco de Esperma, que se tornou alvo de duras críticas da parte de algumas clientes. Aparentemente alguns dos depositários introduziram no banco ativos tóxicos. Quem iniciou a polémica terá sido a cliente Maria Albertina, que tendo adquirido alguns destes ativos, os terá levado para casa e experimentado via oral. Segundo a própria, o seu produto revelava um sabor "amargo e a velho". Mediante abertura de inquérito efetuado ao BE, detetou-se que o depositário do referido produto comia com frequência limões ao pequeno almoço, e tinha cerca de 80 anos de idade. Já outra cliente, Felismina Silva, terá efetuado o mesmo teste com um outro ativo, e apresentado uma queixa em como o mesmo era "demasiado doce para o seu gosto". Nova investigação da entidade reguladora, e o depositário foi diagnosticado com diabetes, tendo cadastro e sendo já conhecido neste setor da banca como o "Zé Pingo Doce". Estas e outras investidoras de ativos do BE estão reunidas há duas semanas junto às instalações da sede, em protesto. As suas reivindicações passam por exigir produtos fiáveis, de depositários de confiança. 7 das investidoras, entretanto, desistiram da manifestação, depois de terem conhecido pessoalmente alguns depositários que levaram para sua própria casa no sentido de obter um investimento direto. O presidente do BE emitiu já comunicado de imprensa, indicado estar a ser elaborado um plano de contenção para a crise no seio da instituição. Segundo o próprio, está a ser analisada a possibilidade de segregar os ativos tóxicos, através da divisão do BE em duas instituições: o BB (Branco & Bom) e o PE (Pele dos Tomates). No mesmo comunicado refere-se que será necessária a intervenção do estado no PE, procurando uma injeção de novos produtos de forma a diluir os ativos tóxicos. O primeiro ministro respondeu já ao comunicado indicado a sua incapacidade e falta de meios para intervir neste caso.

Nota do autor: este texto trata-se de uma obra de ficção, sendo portanto qualquer semelhança com a realidade, pura coincidência.

Valores...

Nos últimos tempos ando a tentar fazer o exercício mental de identificar os meus valores, e respetiva importância que lhes atribuo. Se dito assim parece algo fácil, não é. É talvez um dos exercícios mentais sobre mim próprio mais difíceis que já fiz. Vou explicar aquilo por que passei (e estou ainda a passar, já que não terminei...) para que quem ler este post possa também pensar sobre o assunto.

Primeiro, comecei por identificar uma catrefada de valores, que no final acabei por constatar não serem exatamente os MEUS valores, mas sim os valores que refletem aquilo que estou a fazer neste momento, e a forma como estou a viver. Ora, simplesmente pelo fato de fazer ou viver algo de uma determinada forma, não quer dizer que esteja a fazer ou viver de acordo com os meus valores. O que mais por aí há é malta a fazer o que não gosta, não quer, e muitas vezes nem concorda. Riscada a lista número 1...

Depois, coloquei-me em perspetiva, e ignorei ao máximo a premissa anterior (abstraí-me daquilo que é a minha vida atualmente) no sentido de identificar valores que considero REALMENTE importantes, per si. Problema identificado: por muito bonita que a lista me parecesse no momento, passados uns dias repeti o exercício e... obtive uma lista diferente. Riscada a lista número 2...

Imaginei assim que uma forma de conseguir definir uma lista que traduzisse realmente aquilo a que dou importância, seria fazer uma espécie de exercício de estatística, em que repetia o processo várias vezes, em momentos diferentes e estados de espírito distintos. No final, cruzava todas as listas, e mantinha apenas aqueles valores que surgissem em todas elas. Consegui, mas... no final fiquei ainda assim com umas dezenas de valores. Por muito que eu gostasse de considerar esta lista útil, enquanto tivesse esta dimensão, não o era. Riscada a lista número 3...

Neste momento, e tendo por base a lista anterior, consegui reduzir a mesma a 12 valores (não consegui abdicar de mais) que através de bastante ginástica mental, considerei os mais importantes. O problema é que para o exercício a que me proponho ser eficaz, esta lista terá de ser organizada por ordem de importância, o que implica relacionar os valores e definir prioridades. Sinto que ainda vou a meio, mas espero realmente que esta seja A lista.

Alguns dos valores que identifiquei e estão neste Top 12 são: gratidão, amor, auto-estima, amizade, família, saúde... Será que quem está a ler este post já alguma vez fez algo semelhante? Se sim, sugestões são bem vindas!

quarta-feira, outubro 01, 2014

Gestão de Raiva

Por vezes as coisas que nos tiram do estado onde gostaríamos de estar são as mais pequenas e as mais insignificantes. Num dia em que tive de interromper a minha licença parental, para ir trabalhar, o que foi que me irritou mais? Um tipo numa bomba de gasolina em que fui abastecer ao final do dia. Após o dito dia de trabalho, paro numa estação de serviço com a esperança habitual de poder fazer o pagamento na própria bomba. Dispenso a interação extra de entrar e sair da loja e esperar numa fila para pagar. A bomba onde parei, não tinha o sistema de pagamento disponível. Dei-me ao trabalho de mudar de bomba e... a mesma coisa. Deixei-me ficar e tentei abastecer. Bomba bloqueada e em pré-pagamento. Entrei na loja, esperei que a pessoa na fila fosse atendida e pedi educadamente ao funcionário que me desbloqueasse a bomba para abastecer. A resposta foi dada sem qualquer tipo de contato visual da parte do senhor, com um grunhido: "A bomba está em pré-pagamento. Se quer abastecer sem pré-pagamento deve dirigir-se às bombas 1 a 4". Naquele momento, pensei na falta de cortesia, respeito e boa vontade que aquela pessoa estava a ter. Pensei no quão insignificante seria para ele carregar num botão e desbloquear a bomba, já que eu estava ali em frente a ele, em detrimento de me obrigar a sair da loja e ter de mudar o carro de lugar para poder abastecer (só para depois ter de regressar à loja e pagar). Pensei no insignificante prazer que aquele frustrado funcionário terá sentido em exercer o "poderzinho" perante mim, alguém que não conhece, alguém que poderia ter tido um dia de trabalho pior do que o dele, que poderia ter problemas mais sérios que os dele... Pensei em saltar por cima do balcão, apertar-lhe o pescoço e obrigá-lo a desbloquear a bomba... Pensei em mandá-lo à merda... Pensei em pedir o livro de reclamações... Pensei em sair e abastecer noutro posto. Optei por respirar fundo, sair, deslocar o carro, abastecer, voltar e entrar na loja, pagar e regressar a casa. Foi a melhor solução. Olhando agora para trás fico contente por saber gerir a minha raiva (por vezes a que custo) e as minhas frustrações, sem descarregar em quem estiver à minha frente. Ainda assim, gostava tanto que as pessoas fossem diferentes. Gostava tanto que as pessoas contribuissem no geral para o bem estar dos outros, sem querer fazer com que os outros se sintam piores do que elas próprias. Talvez a regra seja pensar nisso mesmo, pensar no impacto que as nossas pequenas respostas, atitudes e ações podem ter nos outros, e imaginar o que gostaríamos que nos acontecesse a nós. É talvez por isso que considero um dos meus objetivos de vida ser a pessoa mais bem formada, afável e correta que conheço. Talvez assim possa influenciar os outros.

terça-feira, setembro 30, 2014

Natureza Humana

É certo que a natureza humana é a da insatisfação. Nunca ninguém está bem com aquilo que tem. Se alguém tem uma coisa, quer mais. Se chega a ter mais, ambiciona mais ainda. Senão, basta olharmos para nós. Falando por mim, penso na altura em que tinha um apartamento relativamente pequeno, e ambicionava ter um maior. Agora tenho um maior, e o que eu gostava de ter uma vivenda com jardim... Penso na altura que tinha um carro com quase a mesma idade que eu, e sonhava ter um carro mais novo. Agora tenho um carro relativamente recente, e gostava de ter um novo em folha. Penso na altura em que tinha uma motorizada de 50cc e sonhava ter uma moto a sério. Hoje tenho uma moto a sério e gostava de ter outra mais recente e melhor. Pode parecer que escrevo em tom crítico. Se por um lado isso é verdade, por outro é uma constatação da nossa forma de ser, e que não é necessariamente negativa. A ambição é algo que, na devida conta, peso e medida, nos move e nos faz ir atrás dos nossos objetivos, ultrapassando o que podemos julgar serem os nossos limites. Não me considero uma pessoa demasiado ambiciosa. Imagino-me a viver uma vida calma e regrada mesmo que me saísse o Euromilhões. Ainda assim, penso que estes pequenos prazeres e luxos não são apenas futilidades. Podem ao contrário ser vistos como algo que nos dá prazer, podem ser um escape para vidas por vezes exigentes, podem ser pequenos grandes prémios que damos a nós próprios quando conseguimos algo. Até hoje consegui ter o discernimento de não cometer exageros nem excessos nestes pequenos grandes luxos a que me dou. Consegui saber dar a devida importância às partes emocionais, espirituais e materiais da minha vida. Espero assim continuar. Mas tenho umas quantas ideias para as minhas (alcançáveis) próximas ambições e desejos mais materiais (pena que o item da foto esteja para além desse estatuto...). Talvez qualquer dia dê início a um "crowdfunding" para o efeito, a ver se cola... ;)

segunda-feira, setembro 29, 2014

Sono dos Justos

O Alexandre adormeceu há pouco. Fui deitá-lo, tarefa que realizo numa base diária, partilhada com a mãe ou os avós. Se quando o Alex era pequeno, esta me parecia uma tarefa que se revelaria dura no futuro (pensar em estar ali 10, 20 minutos ou o tempo que fosse preciso com ele, até que adormecesse), hoje em dia é algo por que anseio todos os dias, que aprendi a apreciar e que vejo como algo muito compensador. Outros pais que me leiam agora podem achar que eu sou maluco, sobretudo por deitar o meu filho e esperar que adormeça, numa base diária, há quase 5 anos. Mas se virem as coisas sob a minha perspetiva, podem acabar por me dar alguma razão. O porquê de considerar esta situação compensadora? Os fatores são tantos que nem sei ao certo por onde começar... Em primeiro lugar, o fato de o meu filho se sentir confiante e descansado por me ter a seu lado enquanto adormece, é uma demonstração do elo que une um filho a um pai de forma inexplicável. Depois, o fato de poder - até naqueles dias mais caóticos - passar alguns minutos 100% dedicado a ele, mesmo quando parece faltar tempo para tudo (quantos pais podem dizer ter estes momentos com os seus filhos todos os dias?). Poder contar-lhe uma história... falar com ele sobre como correu o seu dia... fazer-lhe cócegas... ouvi-lo a rir à gargalhada... abraçá-lo, ser abraçado por ele e ouvir a sua respiração tornar-se mais pesada enquanto adormece num sono profundo apenas digno dos anjos. E quando acorda a meio da noite porque sonhou com algo, apresso-me igualmente a ir ter com ele, para lhe restituir aquele mesmo conforto com que adormeceu... para que saiba que estarei sempre a seu lado... para que saiba que pode contar comigo, mesmo quando tudo parecer escuro à sua volta, mesmo quando julga estar só. Há cinco anos que deito o meu filho e vivo uma das melhores partes do meu dia nesse instante... nesses 10 ou 15 minutos. No dia em que o meu filho disser que não preciso de me deitar a seu lado até que adormeça... no dia em que o meu filho disser que já não é preciso contar-lhe uma história (de um livro ou inventada - são as melhores)... no dia em que o meu filho recusar o meu abraço ou não achar piada às minhas cocegas... vou sentir um misto de emoções. Vou sentir orgulho por estar a crescer... por estar a tornar-se um homem... por estar a seguir o seu caminho. Mas vou também sentir uma tristeza indescritível porque vou sentir que tiraram uma parte de mim. No entanto, vou deixar sempre claro que, tenha 5, 10, 20 ou 50 anos... quando a noite parecer mais escura e o quarto parecer mais vazio, bastará chamar-me para que eu esteja lá.

domingo, setembro 28, 2014

Até ao Lavar dos Cestos...

Este foi fim de semana de vindima. A vindima é que não foi exatamente aquilo que se esperava! São Pedro até deu umas abébias mas quando chegámos à vinha, os javalis tinham-se antecipado e deixaram-nos os cardaços... Ainda conseguimos apanhar qualquer coisa por aqui e por ali, mas nada que no final de contas dê mais que uns 200 litros de vinho. Ainda assim, mesmo quando as coisas não correm como esperado, é sempre um momento especial para mim poder participar neste ritual todos os anos. E a cada ano que passa, saboreio mais (e melhor) os pequenos detalhes. Ir na caixa aberta da Ludovina (nome carinhoso com o qual batizámos um veículo "híbrido" - metade UMM, metade L200) que nos transporta nestas andanças... Descarregar os cestos... Apanhar as uvas... Carregar os cestos cheios ao ombro encosta acima, em passo lento, enquanto os músculos acusam o esforço pouco habitual para quem passa o dia sentado... Esmagar as uvas para dentro da dorna... Ver o vinho a começar a fermentar passadas algumas horas... e no fim lavar a esmagadeira e os cestos, que ficam guardados até ao ano seguinte. O cheiro da uva esmagada que se faz sentir pela rua fica-me na memória durante dias, como se me puxasse de volta para aquele espaço... para aquele pequeno mundo em que tudo é tão simples e ao mesmo tempo tão enriquecedor. Ainda agora cheguei, e ainda ontem estava lá, a sentir in loco, tudo isto que acabei de descrever. Com as melhores pessoas do mundo à minha volta (tirando algumas que este ano tiveram falta e cuja falta se fez sentir) a partilhar estas experiências e este exercício de despertar os sentidos. Ainda agora cheguei, e já só queria poder estar lá novamente. Para o ano há mais.

sábado, setembro 27, 2014

5 Meses Depois...

O Pedro é uma realidade. Está aqui. Veio modificar radicalmente a vida de outras tantas pessoas. Começando por mim, pela mãe e pelo irmão que apenas com 4 anos tanto gosta dele. 5 meses depois, aqui está ele, já com a sua forma de ser e estar... com a sua personalidade. Como é possível alguém com 5 meses ter uma personalidade tão marcada e forte? Não tem sido sempre fácil, como também não foi com o irmão. Mas tenho a certeza que o esforço dos momentos mais difíceis será igualmente compensador. 5 meses depois, depois da mãe, chegou a minha vez de estar com ele. E quando digo estar, digo ESTAR a 100%. Sem meios tempos nem distrações. Um mês inteiro completamente dedicado a este pequeno ser que tem um impacto tão grande e de tão variadas formas naquilo que é a nossa vida. Confesso-me rendido a ele, e acho que é a melhor forma de estar. Não tentar fazer outras coisas que requeiram a minha atenção, outras que não tomar conta dele. Umas vezes é mais difícil, mas outras é magnífico. Quando sai um sorriso ou uma gargalhada, o sentimento equivale a ver um dia radioso de sol abrir no meio de uma tempestade. E quanto mais sorrisos, olhares, toques se vão desenvolvendo e desenrolando a partir do seu pequeno corpo, em relação a nós, mais radiosos ainda se tornam os dias que temos o privilégio de passar com ele. Agora que chegou o Outono, espero ver começar o meu verão, nas próximas semanas. E sei também que é mais certa esta minha previsão do que as que o IPMA falha numa base diária...

sexta-feira, setembro 26, 2014

Terceiro Passo de Um Caminho Mais Longo

Depois do primeiro passo de um caminho mais longo ter sido dado em Julho de 2012, e na sequência do segundo passo já em Março de 2014, eis que chega a altura de começar a delinear o terceiro para não ter o mesmo intervalo que os anteriores. Da primeira vez foram 3 dias de viagem de moto pela zona centro do país. Alguns locais que já conhecia, outros nem por isso. Uma viagem excelente, para a história, feita em boa companhia com alguém que teve a oportunidade de conhecer uma parte de um país que já é o seu, apesar de não ter nascido cá. Da segunda vez foram também 3 dias, dedicados à zona norte. Desta feita a viagem já foi mais preenchida com locais que não conhecia assim tão bem. Apesar de ter partido nesta segunda aventura sozinho, foi uma vez mais uma experiência indescritível, repleta de locais, pessoas, paisagens, sabores, aromas e muito mais, que nunca esquecerei. Sempre que me lembro destas duas viagens, o meu punho começa a sentir comichão e vontade de acelerar, para me levar rumo ao desconhecido em cima de duas rodas. O cansaço físico do corpo cai facilmente no esquecimento, logo após a conclusão de cada viagem, por isso ficam só as memórias boas e a vontade de repetir. Está na altura de começar a pensar nisso. Melhor, está na altura de fazer algo em relação a isso. E o primeiro passo, deste terceiro passo (peço desculpa pela redundância) é definir uma data. E nada melhor do que celebrar um ano desde a última viagem, quando se faz a seguinte, por isso fica desde já marcada para os dias 14, 15 e 16 de Março de 2015. Destino: sul do país. Mais detalhes (que já tenho) serão revelados por aqui brevemente.

segunda-feira, setembro 08, 2014

O Maluco dos Eletrodomésticos

Desde que em 2009 mudei de casa, tenho um mono na garagem que é o meu frigorífico antigo. Como a casa tinha um encastrado, para lá ficou a ganhar pó. Pior, já que devido a ter sido transportado na posição incorreta, perdeu o gás e precisa de recarga (orçamento aproximado de 150 "aéreos"). Como disse, mono.

Depois de recentemente ver um anúncio afixado junto a uma caixa multibanco qualquer, de um tipo de dizia comprar e vender todo o tipo de eletrodomésticos, avariados ou não, vi ali uma solução fácil para o meu problema.
O primeiro passo foi ligar para o número indicado. O resultado foi que ninguém atendeu.
No entanto, passados alguns instantes, recebo uma SMS que deu início ao que posso chamar de conversa parva, e que por isso mesmo passo aqui a transcrever:

Maluco dos Eletrodomésticos: Boa tarde. Ligou para mim? Não posso atender. Era para comprar?? Ou vender?? E o quê?? Mande mensagem... Em que cidade vive? Obrigado.

Eu: Boa tarde. Vender. Frigorífico Electrolux a precisar de recarga de gás. Póvoa. Cumprimentos. Marco

Maluco dos Eletrodomésticos: Frigoríficos avariados, não.

(intervalo de 10 minutos sem troca de mensagens, já que a partir daqui me abstive de responder)

Maluco dos Eletrodomésticos: Vendo eletrodomésticos e compro, bons ou avariados. Guarde o meu número e pode dar a outros. Obrigado. Rui Daniel.

Eu: Avariados... menos frigoríficos!

Maluco dos Eletrodomésticos: Sim. Depende. O que tem?

Eu: Precisa de recarga de gás devido a ter sido transportado deitado durante mudança.

Maluco dos Eletrodomésticos: Não.

Optei por deixar a conversa ficar por aqui, porque fiquei com receio de entrar num ciclo infinito... Mas acredito que o meu interlocutor tinha surdez, amnésia, esquizofrenia e SMS à borla.