Após o período de "descanso" inicial das férias, por terras algarvias, tive de me separar do resto da família alguns dias e ficar por Lisboa durante uma semana, antes de me juntar a eles por terras beirãs. Foi logo no primeiro dia de regresso ao trabalho, que fiz o número artístico de me "lesionar" estupidamente a sair do banho. Concretamente consegui fazer a proeza de partir ao meio uma unha do pé, com uma valente biqueirada no poliban. Sangue em fartura e um penso mal amanhado levaram-me a decidir procurar a assistência médica mais próxima, antes de seguir para o trabalho. Pela terceira vez desde que sou residente na minha morada atual, tentei dirigir-me ao centro de saúde da zona para ver um problema resolvido.
A primeira vez foi quando precisei que tratassem do meu filho mais velho, quando fez um golpe profundo na cabeça. Na altura, depois de pedir cuidados de enfermagem, vi os mesmos serem recusados e recomendado que me dirigisse ao hospital para que levasse pontos. Desisti do centro de saúde, atravessei a estrada e dirigi-me à clínica privada que existe logo em frente onde fui prontamente atendido por um médico que resolveu o problema com um simples ponto sintético, que mais não é do que um penso.
A segunda vez foi quando tive um acidente de mota a caminho do trabalho, e me dirigi ao centro de saúde ainda com as roupas e equipamento rasgados e a sangrar de várias feridas (à vista). Uma vez mais pedi cuidados de enfermagem. Informaram-me que sem marcação teria vaga pelas 17h00 da tarde (eram 10h00 da manhã). Evidenciei o estado em que me encontrava, explicando que aguardar 7 horas poderia não ser razoável para obter o tratamento que precisava. A senhora que me atendeu reconsiderou e fez-me a generosa oferta de esperar até às 12h30, altura em que excecionalmente me poderiam atender. Desisti novamente, fui até casa tomar banho e fazer os pensos possíveis com aquilo que tinha nos armários, e dirigi-me (de carro) às urgências da CUF onde finalmente fui (bem) tratado.
Retomando a história atual, pela terceira vez dirigi-me ao mesmo centro de saúde, onde pedi (novamente) cuidados de enfermagem. O primeiro contacto foi com o segurança, já que das várias senhas possíveis (com letras de A a F) não estava certo de qual seria a correta para mim. Posso dizer que falhei redondamente no questionário que me efetuou, no sentido de me (tentar) ajudar...
Segurança: qual é o seu médico de família?
Eu: honestamente não sei, nunca o conheci e ainda não precisei dele...
Segurança: então e costuma ser atendido em baixo ou em cima?
Eu: ... (silêncio)... baixo? cima? como assim...?
Segurança: da última vez que cá veio, foi atendido neste piso ou no de cima?
Eu: do que me recordo, quando cá vim a última vez só havia atendimento num piso...
Segurança: (evidentemente agastado com a minha ignorância sobre o modo de funcionamento atual daquele centro de saúde, retira uma senha qualquer e manda-me subir as escadas)
Eu: ... obrigado...
Subo as escadas e deparo-me com as cerca de 15 pessoas que estariam à minha frente, com as mais variadas letras e números nas suas senhas. Depois de aguardar 15 minutos sem que ninguém ali presente fosse chamado pela única senhora que estaria a prestar atendimento, achei que não havia duas sem três, desisti novamente e segui caminho para o trabalho. Tentei abstrair-me da dor que sentia sempre que usava o pé na condução ou simplesmente a andar. Já a meio da manhã consegui dar uso ao cérebro e lembrei-me que ao lado do edifício onde me encontrava havia um hospital privado. Dirigi-me lá e em menos de meia hora fui atendido e devidamente tratado.
Relato este episódio com alguma vergonha por ser digno de um cidadão sénior com problemas de mobilidade, mas não podia evitar deixar aqui um grande bem haja ao Serviço Nacional de Saúde por tão bem saber atender e tratar as pessoas que o justificam e contribuem para a sua existência, no que diz respeito a este tipo de local de atendimento - centros de saúde - para aqueles que eventualmente lá conseguem ser atendidos.
A primeira vez foi quando precisei que tratassem do meu filho mais velho, quando fez um golpe profundo na cabeça. Na altura, depois de pedir cuidados de enfermagem, vi os mesmos serem recusados e recomendado que me dirigisse ao hospital para que levasse pontos. Desisti do centro de saúde, atravessei a estrada e dirigi-me à clínica privada que existe logo em frente onde fui prontamente atendido por um médico que resolveu o problema com um simples ponto sintético, que mais não é do que um penso.
A segunda vez foi quando tive um acidente de mota a caminho do trabalho, e me dirigi ao centro de saúde ainda com as roupas e equipamento rasgados e a sangrar de várias feridas (à vista). Uma vez mais pedi cuidados de enfermagem. Informaram-me que sem marcação teria vaga pelas 17h00 da tarde (eram 10h00 da manhã). Evidenciei o estado em que me encontrava, explicando que aguardar 7 horas poderia não ser razoável para obter o tratamento que precisava. A senhora que me atendeu reconsiderou e fez-me a generosa oferta de esperar até às 12h30, altura em que excecionalmente me poderiam atender. Desisti novamente, fui até casa tomar banho e fazer os pensos possíveis com aquilo que tinha nos armários, e dirigi-me (de carro) às urgências da CUF onde finalmente fui (bem) tratado.
Retomando a história atual, pela terceira vez dirigi-me ao mesmo centro de saúde, onde pedi (novamente) cuidados de enfermagem. O primeiro contacto foi com o segurança, já que das várias senhas possíveis (com letras de A a F) não estava certo de qual seria a correta para mim. Posso dizer que falhei redondamente no questionário que me efetuou, no sentido de me (tentar) ajudar...
Segurança: qual é o seu médico de família?
Eu: honestamente não sei, nunca o conheci e ainda não precisei dele...
Segurança: então e costuma ser atendido em baixo ou em cima?
Eu: ... (silêncio)... baixo? cima? como assim...?
Segurança: da última vez que cá veio, foi atendido neste piso ou no de cima?
Eu: do que me recordo, quando cá vim a última vez só havia atendimento num piso...
Segurança: (evidentemente agastado com a minha ignorância sobre o modo de funcionamento atual daquele centro de saúde, retira uma senha qualquer e manda-me subir as escadas)
Eu: ... obrigado...
Subo as escadas e deparo-me com as cerca de 15 pessoas que estariam à minha frente, com as mais variadas letras e números nas suas senhas. Depois de aguardar 15 minutos sem que ninguém ali presente fosse chamado pela única senhora que estaria a prestar atendimento, achei que não havia duas sem três, desisti novamente e segui caminho para o trabalho. Tentei abstrair-me da dor que sentia sempre que usava o pé na condução ou simplesmente a andar. Já a meio da manhã consegui dar uso ao cérebro e lembrei-me que ao lado do edifício onde me encontrava havia um hospital privado. Dirigi-me lá e em menos de meia hora fui atendido e devidamente tratado.
Relato este episódio com alguma vergonha por ser digno de um cidadão sénior com problemas de mobilidade, mas não podia evitar deixar aqui um grande bem haja ao Serviço Nacional de Saúde por tão bem saber atender e tratar as pessoas que o justificam e contribuem para a sua existência, no que diz respeito a este tipo de local de atendimento - centros de saúde - para aqueles que eventualmente lá conseguem ser atendidos.
1 comentário:
É triste, mas infelizmente é a triste realidade da grande maioria destes centros de saúde.
Se os senhores do governo tivessem a necessidade de se deslocar a estes locais sempre que têm algum problema de saúde, talvez as coisas fossem diferentes.
Beijinhos da mãe
Enviar um comentário