Como andava já há algum tempo a "faltar aos treinos", no que diz respeito a uns convites que volta e meia uns amigos meus me endereçam para ir arredondar pneus na Serra da Estrela, no passeio que fiz no mês passado comprometi-me com eles que a organização da próxima volta à serra seria assegurada por "moi même". Assim, aproveitando a motivação que trazia da viagem anterior, rapidamente comecei a delinear na minha cabeça os percursos possíveis para esta voltinha, que se combinou logo de início ter a duração de um fim-de-semana, para não andarmos em correrias. O mote era a descoberta da Serra do Açor, já que iríamos andar essencialmente para aqueles lados. O grupo era pequeno mas bom. Éramos apenas 4, mas todos nos conhecíamos, tínhamos confiança uns nos outros e sabíamos que rolávamos a ritmos compatíveis.
Para mim, o ponto de partida foi Vila Franca de Xira, onde combinei encontrar-me com o primeiro companheiro do grupo. Os restantes iríamos ter com eles a Abrantes, já que ambos eram da zona de Leiria. Começámos assim bem cedo o nosso passeio, atravessando a ponte em Vila Franca para começar a rolar Ribatejo fora em direção ao que seria a primeira paragem do dia: Muge.
Já é uma tradição que nestas voltas o pequeno almoço seja consistente, por isso nada melhor que uma das célebres bifanas do igualmente célebre Silas, para saciar a fome e abrir o apetite para o percurso. Assim foi, e lá seguimos a bom ritmo em direção às curvinhas do Tramagal, que antecedem a chegada a Abrantes. Tivemos azar, já que a meio da zona de curvas apanhámos um jipe da GNR a 40 kms/h, numa zona onde não se podia ultrapassar. Ficámos apenas "meio" saciados com aquele troço. Entretanto lá chegámos ao ponto de encontro em Abrantes, onde o resto do grupo já nos esperava.
Tempo de abastecer e rapidamente seguir viagem, que a malta queria era rolar! Entretanto um telefonema a uns amigos gorava as minhas expectativas de ir almoçar à praia fluvial de Oleiros (bar fechado por não estarmos ainda em época balnear), mas entretanto surgiu a oportunidade de fazer algo diferente (e melhor). Uma paragem para da a conhecer a um dos elementos do grupo o centro geodésico de Portugal em Vila de Rei, e também apreciar a paisagem e o bom tempo que se fazia sentir.
Seguindo viagem já em direção a Oleiros, a barriga já dava sinal. Uma vez chegados lá, tivemos o privilégio de ir para a adega dos tais amigos, que acabou por ser uma experiência 100 vezes melhor do que a planeada. Esperavam-nos queijinhos, presunto, paio, pão, vinho e um franguinho da churrasqueira das "boazonas" (o Manuel e o Joaquim), refeição que nos soube maravilhosamente. Alguns (vários) dedos de conversa, um forte agradecimento ao anfitrião e era tempo de seguir caminho.
Depois de Oleiros era altura de rolar em direção à Pampilhosa da Serra, onde não iríamos parar, seguindo em direção a Fajão através do impressionante parque eólico e paisagem avassaladora da serra, virando depois em direção à barragem de Santa Luzia, onde nos iríamos deter por uns instantes no miradouro a observar a beleza natural daquela zona. O tempo e a estrada continuavam do nosso lado, dando-nos um prazer enorme rolar por aquelas curvas.
De seguida foi tempo de seguir para o Piódão. Já todos conhecíamos o local, pelo que este troço valeu mais pelo percurso que pelo destino só por si. Parámos para saciar os burros, e logo a seguir fomos até Vide saciar as burras.
A partir de Vide faríamos o troço final do dia, em direção às Penhas da Saúde. Uma estrada simplesmente magnífica que nos permitiu subir a serra com mais uma bela barrigada de curvas. Detivemo-nos antes de chegar ao destino final, para medir as "galinhas" dos pneus (a.k.a. Chicken Stripes) e constatar que ninguém as tinha, tal tinha sido a qualidade do percurso feito até ali.
Apesar de ainda termos luz, a hora já era avançada (20h) e estava na altura de irmos fazer o checkin na pousada da juventude das Penhas da Saúde, e depois procurar um lugar para jantar.
Estacionadas as burras e checkin feito, sugeri irmos jantar ao Restaurante Medieval, mas como era dia de queima das fitas ou algo do género, estava cheio e só nos poderiam servir daí a uma hora. Seguindo um conselho que nos deram entretanto, fomos ao restaurante Varandas da Estrela, que foi simplesmente magnífico, quer no atendimento quer na qualidade dos pratos servidos. Como já não íamos para lado nenhum, o consumo de sangria foi elevado, e quando já levávamos várias horas de conversa e mais do que um jarro por pessoa achámos que era tempo de ir descansar.
O quarto onde fiquei era miserável. Tinha uma janela para um morro, apanhava umas águas do telhado, o que significa que numa parte tinha de baixar a cabeça para não bater no teto. E durante a noite inteira estive com a cabeça encostada a um radiador com 50 anos que teimava em fazer barulhos metálicos de 20 em 20 segundos. O descanso não foi muito, mas foi o suficiente. No dia a seguir um bom pequeno almoço compensou (parte) da noite mal dormida, e lá seguimos novamente o nosso caminho.
A primeira etapa do dia foi o percurso das Penhas da Saúde até Manteigas. Este trajeto vale mais pela paisagem do que por si só, mas uma vez chegados a Manteigas, o troço que vai até Belmonte é sem dúvida espetacular. Boa paisagem, boa estrada e curvas largas e rápidas. Em Belmonte não fizemos questão de parar, optando por seguir viagem até à Sortelha. Aí sim, tivemos de parar durante algum tempo, até porque algumas pessoas não conheciam. É um local mágico, que vale a pena visitar (assim como se constatou com um segundo grupo de motas que entretanto também por lá apareceu).
A hora já era adiantada, e como tal abreviámos caminho (tínhamos pensado ir até Espanha e voltar), seguindo logo em direção a Penamacor. Novo abastecimento à saída, antes de parar novamente para almoço, desta feita em ambiente familiar (mais concretamente filhos, mulher e sogros - que como sempre muito bem souberam receber). Gastronomicamente a viagem não poderia também ter corrido melhor! Um cafezinho no clube desportivo da terra e lá seguimos o nosso caminho novamente.
Castelo Branco foi ponto de passagem e depois, de forma a evitar a A23 optámos por seguir em direção a Cernache de Bonjardim, sempre por nacional. E assim continuaríamos até próximo de Tomar, onde finalmente o cansaço nos pediria para fazer os últimos quilómetros do dia numa via mais rápida. As despedidas num misto de alegria pela experiência vivida, e tristeza por chegar ao fim, e as ideias para as voltas seguintes a serem deixadas no ar… Chegado a casa pelas 20h, com cerca de 800 kms feitos em 2 dias, uma valente barrigada de curvas, paisagens e mais experiências vividas e a partilhar. Venha a próxima, que a depressão da segunda-feira seguinte assim o exige!
Para mim, o ponto de partida foi Vila Franca de Xira, onde combinei encontrar-me com o primeiro companheiro do grupo. Os restantes iríamos ter com eles a Abrantes, já que ambos eram da zona de Leiria. Começámos assim bem cedo o nosso passeio, atravessando a ponte em Vila Franca para começar a rolar Ribatejo fora em direção ao que seria a primeira paragem do dia: Muge.
Já é uma tradição que nestas voltas o pequeno almoço seja consistente, por isso nada melhor que uma das célebres bifanas do igualmente célebre Silas, para saciar a fome e abrir o apetite para o percurso. Assim foi, e lá seguimos a bom ritmo em direção às curvinhas do Tramagal, que antecedem a chegada a Abrantes. Tivemos azar, já que a meio da zona de curvas apanhámos um jipe da GNR a 40 kms/h, numa zona onde não se podia ultrapassar. Ficámos apenas "meio" saciados com aquele troço. Entretanto lá chegámos ao ponto de encontro em Abrantes, onde o resto do grupo já nos esperava.
Tempo de abastecer e rapidamente seguir viagem, que a malta queria era rolar! Entretanto um telefonema a uns amigos gorava as minhas expectativas de ir almoçar à praia fluvial de Oleiros (bar fechado por não estarmos ainda em época balnear), mas entretanto surgiu a oportunidade de fazer algo diferente (e melhor). Uma paragem para da a conhecer a um dos elementos do grupo o centro geodésico de Portugal em Vila de Rei, e também apreciar a paisagem e o bom tempo que se fazia sentir.
Seguindo viagem já em direção a Oleiros, a barriga já dava sinal. Uma vez chegados lá, tivemos o privilégio de ir para a adega dos tais amigos, que acabou por ser uma experiência 100 vezes melhor do que a planeada. Esperavam-nos queijinhos, presunto, paio, pão, vinho e um franguinho da churrasqueira das "boazonas" (o Manuel e o Joaquim), refeição que nos soube maravilhosamente. Alguns (vários) dedos de conversa, um forte agradecimento ao anfitrião e era tempo de seguir caminho.
Depois de Oleiros era altura de rolar em direção à Pampilhosa da Serra, onde não iríamos parar, seguindo em direção a Fajão através do impressionante parque eólico e paisagem avassaladora da serra, virando depois em direção à barragem de Santa Luzia, onde nos iríamos deter por uns instantes no miradouro a observar a beleza natural daquela zona. O tempo e a estrada continuavam do nosso lado, dando-nos um prazer enorme rolar por aquelas curvas.
De seguida foi tempo de seguir para o Piódão. Já todos conhecíamos o local, pelo que este troço valeu mais pelo percurso que pelo destino só por si. Parámos para saciar os burros, e logo a seguir fomos até Vide saciar as burras.
A partir de Vide faríamos o troço final do dia, em direção às Penhas da Saúde. Uma estrada simplesmente magnífica que nos permitiu subir a serra com mais uma bela barrigada de curvas. Detivemo-nos antes de chegar ao destino final, para medir as "galinhas" dos pneus (a.k.a. Chicken Stripes) e constatar que ninguém as tinha, tal tinha sido a qualidade do percurso feito até ali.
Apesar de ainda termos luz, a hora já era avançada (20h) e estava na altura de irmos fazer o checkin na pousada da juventude das Penhas da Saúde, e depois procurar um lugar para jantar.
Estacionadas as burras e checkin feito, sugeri irmos jantar ao Restaurante Medieval, mas como era dia de queima das fitas ou algo do género, estava cheio e só nos poderiam servir daí a uma hora. Seguindo um conselho que nos deram entretanto, fomos ao restaurante Varandas da Estrela, que foi simplesmente magnífico, quer no atendimento quer na qualidade dos pratos servidos. Como já não íamos para lado nenhum, o consumo de sangria foi elevado, e quando já levávamos várias horas de conversa e mais do que um jarro por pessoa achámos que era tempo de ir descansar.
O quarto onde fiquei era miserável. Tinha uma janela para um morro, apanhava umas águas do telhado, o que significa que numa parte tinha de baixar a cabeça para não bater no teto. E durante a noite inteira estive com a cabeça encostada a um radiador com 50 anos que teimava em fazer barulhos metálicos de 20 em 20 segundos. O descanso não foi muito, mas foi o suficiente. No dia a seguir um bom pequeno almoço compensou (parte) da noite mal dormida, e lá seguimos novamente o nosso caminho.
A primeira etapa do dia foi o percurso das Penhas da Saúde até Manteigas. Este trajeto vale mais pela paisagem do que por si só, mas uma vez chegados a Manteigas, o troço que vai até Belmonte é sem dúvida espetacular. Boa paisagem, boa estrada e curvas largas e rápidas. Em Belmonte não fizemos questão de parar, optando por seguir viagem até à Sortelha. Aí sim, tivemos de parar durante algum tempo, até porque algumas pessoas não conheciam. É um local mágico, que vale a pena visitar (assim como se constatou com um segundo grupo de motas que entretanto também por lá apareceu).
A hora já era adiantada, e como tal abreviámos caminho (tínhamos pensado ir até Espanha e voltar), seguindo logo em direção a Penamacor. Novo abastecimento à saída, antes de parar novamente para almoço, desta feita em ambiente familiar (mais concretamente filhos, mulher e sogros - que como sempre muito bem souberam receber). Gastronomicamente a viagem não poderia também ter corrido melhor! Um cafezinho no clube desportivo da terra e lá seguimos o nosso caminho novamente.
Castelo Branco foi ponto de passagem e depois, de forma a evitar a A23 optámos por seguir em direção a Cernache de Bonjardim, sempre por nacional. E assim continuaríamos até próximo de Tomar, onde finalmente o cansaço nos pediria para fazer os últimos quilómetros do dia numa via mais rápida. As despedidas num misto de alegria pela experiência vivida, e tristeza por chegar ao fim, e as ideias para as voltas seguintes a serem deixadas no ar… Chegado a casa pelas 20h, com cerca de 800 kms feitos em 2 dias, uma valente barrigada de curvas, paisagens e mais experiências vividas e a partilhar. Venha a próxima, que a depressão da segunda-feira seguinte assim o exige!
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